quarta-feira, 13 de julho de 2011

Autobiografia de John Knox

 Autobiografia de John Knox
 
                                                      John Knox        
John Knox (1514 – 24 de novembro 1572) foi um religioso reformador escocês que liderou uma reforma religiosa na Escócia segundo a linha calvinista.
O lugar e data de nascimento de John Knox, o reformador escocês, continuam a ser debatidos, sendo Giffordgate, nas proximidades da cidade de Haddington (a 20 kms a leste de Edimburgo) o mais provável local. Teria nascido em 1513 ou 1514 e faleceu em Edimburgo a 24 de Novembro de 1572.
Juventude
Seu pai William Knox, de boa família, sem ser especialmente distinta, tinha combatido na Batalha de Flodden e era natural do condado de Haddington. A mãe chamava-se Sinclair.
Recebeu influências de um espírito liberal, no que toca à educação, que animaram a igreja escocêsa mesmo antes da Reforma Religiosa Protestante. Apesar de alguns estudiosos fazerem referência a ele como semi-analfalbeto, Knox prosseguiu os seus estudos na Universidade de Glasgow, onde o nome "John Knox" figura entre os matriculados em 1522 ou em St. Andrews, onde se afirma que tenha sido aluno do celebrado John Major, nativo como Knox da região escocesa de East Lothian, e um dos maiores académicos dos seu tempo. Major esteve em Glasgow em 1522 e em St. Andrews em 1531. Quanto tempo permaneceu na universidade é incerto. Nunca teve aspirações a ser um académico celebrado como seus contemporâneos George Buchanan e Alesius.
Não há sequer provas de que se tenha graduado. Parece ser um facto que dominava o latim e cultivava o estudo, o que está bem atestado com a seu conhecimento dos textos de São Agostinho e de São Jerónimo. Aprendeu grego e hebreu num período posterior, como indicado na sua escrita. Foi ordenado padre antes de 1540, quando seu estatuto de padre foi mencionado pela primeira vez. Até 1543 Knox ainda se mantinha sob o comando de Roma. Até esta altura, no entanto, ele parece ter dado aulas privadas em vez de ter obrigações paroquiais. Na altura em que ele assinou oficialmente como padre, ele já teria estado empregue (um cargo que ocupou por vários anos) como tutor da família de Hugh Douglas em Longniddry, em East Lothian, educando também o filho de um nobre da vizinhança, John Cockburn, de Ormiston. Ambos os nobres tinham, tal como como Knox, já neste tempo uma inclinação positiva em relação às novas doutrinas da igreja. Um documento assinado a 27 de Março desse ano, guardado no castelo de Tyninghame, prova-o.
Conversão ao Protestantismo
Knox professou pela primeira vez a fé protestante em finais de 1545. Antes disso já tinha mostrado sinais de simpatia por essas ideias, sem o ter declarado explicitamente. De acordo com Thomas Guillaume Calderwood, nativo de East Lothian, a Ordem de Blackfriars em 1543, foi a primeira a "dar ao Sr. Knox um cheirinho da verdade". A sua mudança de opinião original tem sido atribuída ao seu estudo de Agostinho e Jerónimo, na sua juventude, como referido.
Na verdade, dos primeiros 30 anos de sua vida pouco se sabe. Muito influenciado por George Wishart, começou a ser seu seguidor em 1546, ano em que Wishart foi queimado como herege. Este erudito foi provavelmente o instrumento imediato da sua conversão pois havia retornado, após um período de expulsão, em 1544, e morreu no cadafalso, vítima última e ilustre do cardeal Beaton. Entre outros lugares onde pregou as doutrinas reformadoras protestantistas, Wishart havia estado em East Lothian em Dezembro de 1545, e aí Knox deve tê-lo conhecido. Pode-se dizer que o entusiasmo quase juvenil de Knox pela doutrina o teria comovido. Knox seguiu-o incansavelmente como guarda-costas, e carregaria uma espada, disposto a usar para defender Wishart dos emissários do cardeal que atentassem contra sua vida. Na noite em que prederam Wishart, Knox foi impedido de partilhar com ele a captividade, e assim, muito provavelmente, o mesmo destino.
A seguinte frase de Wishart a seus amigos é bem conhecida: "Não, regressem para as vossas crianças. Um é suficiente para o sacrifício" ou seja ("Nay, return to your bairns [pupils]. One is sufficient for a sacrifice.")
No ministério de St. Andrews
O perseguidor de Wishart, o cardeal Beaton, foi assassinado naquele mesmo ano e Knox se uniu aos assassinos no castelo de Santo André, mas foi capturado por franceses e forçado a servir em suas naves de galés. Depois de solto, em 1549, viajou para a Inglaterra protestante. Knox foi chamado pela primeira vez ao ministério de St. Andrews, que durante toda a sua vida estaria ligado intimamente à sua carreira. Parece não ter havido qualquer ordenação regular. Obviamente, já tinha sido ordenado padre da Igreja de Roma.
No continente europeu 1554-1559
Ofereceram-lhe o bispado de Rochester mas declinou, sabendo que o reinado de Eduardo VI seria curto, e haveria uma volta inevitável ao catolicismo com Maria, sua irmã e herdeira. Escapou portanto quando ela subiu ao trono como Maria I Tudor. Outros bispos não tiveram a mesma sorte. Depois de viajar para Dieppe e Frankfurt, mudou-se para Genebra. Ali começou sua admiração pela disciplina e pela teologia de João Calvino. Em 1554, em Genebra, aceitou, em acordo com João Calvino, uma posição na Igreja Inglesa de Frankfurt.
Na Escócia
Numa curta viagem à Escócia, em 1555-1556 ajudou a preparar o novo movimento que culminaria na rebelião contra a França e contra Roma. Assim que Elizabeth subiu ao trono inglês, pediu licença para voltar, o que não foi concedido, pois tinha perorado contra todas as mulheres no Governo em seu libelo« First Blast of the Trumpet against the Monstrous Regiment of Women»!
Em 1559 estava de volta, e depois de um sermão que resultou na pilhagem de casas religiosas, atribuiu as desordens à multidão de canalhas, não aos «irmãos». Durante esse ano, entusiasmado, apoiou os «Lords of the Congregation» em sua rebelião contra a Regente Maria de Guise. De agosto de 1559 até morrer, foi o ministro da Alta Igreja de Edimburgo ou Santo Egídio (St. Giles, High Kirk of Edinburgh) tendo importante papel em 1560 na introdução do protestantismo pelo Parlamento reformista. Os manifestos de 1560 têm maior contribuição de Knox do que qualquer outro indivíduo e a Confissão foi muito importante para a nova Igreja em sues declarações sobre a fé. O culto mudou para sempre pela Liturgia de Knox, ou Livro da Ordem Comum (the Book of Common Order) que ordenava serviços religiosos na língua local e colocar a Palavra como ponto central de tudo. Instruções para a comunidade protestante foram dadas no seu Livro de Disciplina (Book of Discipline) que incluía tópicos sobre educação geral, providências para ajudar os pobres, idosos e doentes e mais cooperação entre Igreja e Estado.
1561
Quando a Rainha Maria Stuart retornou à Escócia, teve numerosas entrevistas com ela (apenas registradas por ele) que foram tempestuosas. Knox concordou com o assassinato de Riccio mas quando os assassinos não conseguiram tomar o poder, deixou Edimburgo para Ayrshire e foi passar alguns meses na Inglaterra. Depois que a Rainha foi derrubada, voltou, popular com os regentes do jovem rei Jaime VI, mas os partidários de Maria o obrigaram a retornar a Santo André por algum tempo.
Em sua «History of the Reformation» Knox fornece, historicamente, o sabor de tais tempos, e seus dados biográficos. Era menos sombrio do que é pintado e mais anglófilo, pois sua primeira esposa foi inglesa e seus dois filhos foram enviados à Inglaterra ser ali educados. Exagera sua importância nos acontecimentos da Reforma, pois outras narrações contemporâneas não lhe atribuem grande papel, mas sua «História» é mencionada entre as obras mais importantes sobre a história da Igreja na Escócia.

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